sábado, 27 de dezembro de 2014

Vodka fruta e gelo

  Das praias do litoral norte, Maresias é a mais “jovem”. Aqui pode cachorro na praia, pode quadriciclo com gasolina, pode maconha, cigarro, “pode entrar! fica a vontade, senta aí”. Pode móveis na areia, som alto até tarde, ou melhor, até cedo.  Tem mais surf que as praias vizinhas e mais vodka que na Rússia. As mulheres solteiras saradas com brincos e cabelos compridos andam em comboio  e os homens são personal.

Estão Eve que sou eu, Claudia, e dois personais . Eve não vê os dois personais desta história. Ou vê mas achava que não os conhecia ainda. São tantos né.

Eve  (enérgica)
-Clau, não!  Eu não quero fazer personal. Nem “conhecer”  nenhum personal, nem ver personal ou surfar, nem fumar maconha com nenhum deles. Nada contra personal trainer, é treinaer que fala?
(pausa todos olham)
Ah, você não é personal?
(pausa)
Nossa, parece muito... ele também não é? Beleza. Mas parece também. Vocês são irmãos?

Maresias é a colônia de férias das academias do Brasil. As pessoas malham o ano todo para vir aqui encontrar ou ser um personal.

Eve
Eu só quero vodka. Fruta e gelo.

  Nos sambas do Rio de Janeiro alguma mágica acontece que há sempre um copo cheio de cerveja  gelada na mão. O copo simplesmente nunca esvazia. Aqui em Maresias consegui um bar-man gay que me faz drinks de vodka o tempo todo. Ele me conta histórias de um restaurante de elite em São Paulo, uma mais legal que a outra,  e mostra  foto dos pintos dos namorados que teve. Vim para o lugar certo. Exceto que o povo aqui insiste em transformar a praia numa balada, ou night com luzes coloridas. Eu prefiro a luz das estrelas, um forrózinho ou reggae.

Claudia
Pô, você é foda.
Eve
Por que?!
Claudia
Tratou o personal mal!  ( Eve sempre trata alguém mal)
Eve
Mas ele disse que não é personal!
Claudia
Mas é né. Claro que é.
Eve
Não entendo.
Claudia
Ficou sem graça. Você falou como se tivesse alergia a personal!
Eve
Se eu tivesse como estaria em Maresias? Putz... desculpa.  (Eve sempre fala alguma coisa errada sem saber. É um inferno)

Claudia
Vamo correr na praia?
Eve
Não, não...
Claudia
Fazer stand-up
Eve
Não.
Claudia
Caiaque?
Eve
Nope!
Claudia
Pô, cê tá precisando se mexer, gata!
Eve
Eu não quero personal homem, nem mulher. Eu tenho um bar-man gay, tá tudo certo.
Claudia
Quadriciclo?
Eve
...
Claudia
Jet Ski?
Eve
Tem Jet-ski aqui?
Claudia
Aeeee! Pôrra se tem, você não viu na garagem?
Eve
Que garagem?
Claudia
Eu te vi entrando na garag... você entrou na casa do caseiro aquela hora?
Eve
Queria ficar só pra escrever, na sala as pessoas ficam falando comigo.
Claudia
Mas na casa do caseiro? (brava)
Eve
Tem muito quarto nesta casa, muita porta, eu me confundi...
Claudia
Tá tá! Tenta beber menos pra distinguir as portas!


  Maresias é um dos poucos lugares do mundo em que eu, logo eu! Viro a tímida, a mina quieta  do rolê. A introspectiva da casa sou eu. Coisa rara. De vez em quando aparece alguém pra explicar o significado da própria tatuagem, as meninas contam que seu cabelo não é tinta, foi o sol que dourou as mechas. “Você veio de carro ou de helicóptero? Pegou trânsito no céu?”. E toda hora aparece um cachorro diferente. Um mais lindo que o outro, sempre de alguma família ou casal feliz  pedindo carinho e eu dou. Fico alisando eles. Fujo das conversas e foco no cachorro. Um deles parecia ter barba e babava muito... Vodka, fruta e gelo.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Amado Clube Brasileiro




     Fui checar minhas anotações no celular. Tenho gravações também. Muitas delas constrangedoras.  Pois na hora que eu gravo ou escrevo, me sinto  o gênio da lâmpada, a artista incompreendida e vanguardista, a pensadora do século, e quando depois leio e ouço, penso em procurar emprego imediatamente. Apago o mais rápido possível com medo de alguém veja aquela bobagem sem tamanho, e tire sarro de mim.  Mas esta anotação vou obedecer. Ela ordena: escrever sobre o São Paulo Futebol Clube.

   Ainda não sei por que quero falar sobre ser são-paulina, vou escrevendo e quem sabe me lembro. Não faço ideia do que está acontecendo com o São Paulo. Sei que se assumiu espírita e seguem Allan Kardec, o consolador.

 Foi na infância. Tive uma infância dividida, tinha dois quartos, duas casas, a da minha mãe e a da minha vó. Acho que gostava mais da minha avó porque lá eu podia fazer tudo que quisesse. Coisas de criança como por fogo na sala com a luz do abat-jour, quebrar uma cristaleira caríssima e ver ela se estilhaçar no chão com prazer, e vovó sempre protegia minha criatividade, e meu avô, esse sim me amou de verdade.   Me dava chocolates, brinquedos, livros, discos do Trem da Alegria, viagens de avião, bilhetes para parques e eu não precisava  dar quase nada em troca. Minha mãe dizia que eu era o demônio, meu avô dizia que eu era muito boazinha e inteligente. Até um órgão ele me deu quando eu pedi. Nunca toquei.

    Eu gostava de competir com o filho mais novo do meu avô, o meu tio Nando, que assim como meu avô,  era corinthiano roxo, doente. Uma das recordações mais incrivelmente felizes da minha infância era assistir o jogo do Corinthians com o Nando. Aquilo era muito importante pra ele, dava gosto de ver. Eu assistia pela lateral da estante onde ficava a TV. Esperava pelo momento mais importante do jogo, antes de um  quase gol ou uma boa bola, então eu desligava a televisão e saía correndo. Gargalhava feliz com o desespero dele. Fiz ele perder de ver vários gols corinthianos dos anos 80 e 90.  Digo a ele que isso foi bom, pois ele poderia imaginar o gol como quisesse. Mas Nando não entendia meu raciocínio a frente, e ficava bem bravo. Acho que até por isso ganhou uma TV no quarto.

 Claro que não fazia isso com meu avô, só com o Tio Nando. É que o Tio Nando não me dava chocolates, nem bilhetes para parquinhos, ou instrumentos musicais da moda, pelo contrário. Com ele eu tinha que dividir minha vó  e  os tubos de Pringles. Era um inimigo. Muito amado mas inimigo. Além do mais ele tinha uma foto tamanho natural do Freddy Krugger no quarto, meu maior terror de infância, que eu acho que ele colocou lá pra eu parar de entrar no quarto dele e mexer em tudo, como também adorava fazer.

   Num domingo meu avô convida a família inteira para ver Corinthians X São Paulo na grande TV nova. Ele pergunta na frente de todos os parentes qual era o meu time de futebol. Querendo que eu respondesse Corinthians. Meu primo da minha idade, estava lá e me olhou com muita apreensão querendo que eu respondesse São Paulo. Esse meu primo brincava comigo, tomávamos banho juntos escondido de nossos pais, íamos a praia fazer castelinho,  ele me influenciava muito. Chegou ao ponto de me convencer a pedir um disco do New Kids On the Block e eu nem gostava deles, nunca gostei. Eu achava que no futuro ia me casar com ele, afinal ele gostava de cinema, tinha uma fantasia de Rambo, merecia meu amor. Já tínhamos checados que nosso parentesco era de segundo grau então isso seria possível. Meu avô iria morrer antes de meu primo e eu estava em dúvida entre agradar vovô ou meu futuro marido, tudo isso passou pela minha cabecinha naquele segundo, e lá estava eu dividida de novo.

 Foi quando eu tive a brilhante ideia de responder que quem ganhasse aquele jogo, seria meu time para sempre. Me senti uma princesa na torre com dois cavaleiros duelando por mim, Corinthians e São Paulo. Eu estava torcendo em segredo para o Corinthians, pois era o Coringão que me dava alegrias familiares. Sempre torcia para o Corinthians fazer gol, jogar bem, pois só assim podia desligar a TV e sair correndo com gosto! Foram noventa minutos tensos pra mim.  Meu primo de um lado, meu avô do outro. Foi a fase Telê Santana do São Paulo, que ganhava todas e ganhou aquele jogo. Eu não podia voltar atrás com minha palavra e com tantas testemunhas. Deu-se que virei são-paulina de um modo trágico. Eu e minha mania de apostar. Apostas levam o homem a cada situação, foi  parecido como quando fui obrigada a beijar uma mulher uma vez, mas isso é outra história.

 No fim das contas, na minha adolescência e fase adulta, me comportei como todo são-paulino. Não estou nem aí pra futebol, adoro preto branco e vermelho minhas cores favoritas de esmalte,  adoro homens. Sou a favor do casamento gay. Acho o Kaká, o Pato e o Ganso gatíssimos,  uma delícia ser são-paulina e ver as pernas vorazes desses caras. Eu prefiro o hino do Flamengo mas sei o do Tricolor inteirinho.  E sei do Corinthians também...

  Espero que meu avô leia esta crônica do além, e me perdoe. Mesmo porque eu não casei com meu primo que ficou super baixinho, afinal ele é mesmo de segundo grau, porque a nossa família é alta como o Rogerio Ceni, que encontrei um dia no supermercado fazendo compras. Ainda não existiam selfies, mas pûde ver que ele compra melão e presunto e provavelmente come os dois juntos como eu.

  Dei meu primeiro beijo no meu primeiro namorado no baile de Carnaval do São Paulo Futebol Clube! Ele também era são-paulino. Meu primeiro porre também foi lá, de bombeirinho, eu vomitava pink. O primeiro jogo que eu vi foi no Estádio do Morumbi que faço questão de escrever em letra maiúscula. Vi o goleiro Dida do Corinthians pegar dois pênaltis do Raí. Senti muita tristeza mas foi engraçado pensar  que se naquele dia com meu avô,  o Corinthians tivesse ganhado, naquele último jogo do Raí, minha primeira vez no estádio, eu estaria feliz e não triste.

  Na saída do estádio escuto na minha cabeça a risada feliz do meu avô dizendo “Viu só? Quis virar são-paulina pra ser freguesa do Coringão!”

domingo, 16 de novembro de 2014

Sobre Imigrantes que Lavam a Jato sua Gone Girl



  Assisti The Immigrant do diretor James Gray com a Cotillard atriz maravilhosa.

 Estou numa idade e fase da vida que sinto duas coisas principais ao ver um filme com uma atriz boa dessas: alívio por estarem fazendo algo bom e inveja /dor na de não ter sido EU a bonita encarnada naquele papel.  Belo papel feminino.

  A moça chega na América do Norte  depois de ter sido forçada (ou não), a fazer sexo com a galera no navio. É obrigada a virar prostituta num cabaret teatro. Junto com  várias outras.  Desde ali dá pra ver essa mania que até hoje tem os Estados Unidos tem de classificar as pessoas pela nacionalidade delas. Isso é o embrião do racismo na minha opinião.  Apontar: “Isso é coisa de polaco”  ou de russo, ou de o que for.  Penso que no Brasil é mais difícil classificar assim pois é um povo super miscigenado, mas ainda se faz isso também. Fala-se “coisa de baiano”, de gringo, de extraterrestre, etc.

  Deu pra ver como teatro é mesmo coisa de puta.  Sempre foi. Teatro, cabaret, coisa de puta, de bêbado, de rico,  pobre sem vergonha, trabalhador, ou seja a sociedade inteira de Nova York ia lá!  Menos as mulheres casadas. Tadinhas, a pior coisa nesse tempo devia ser casada com um homem mau. E todos pareciam bem maus. Viados inrustidos obrigados a ter uma fêmea em casa. Isso enlouquece qualquer um. Preferível ser puta que casada, pelo menos as putas trabalhavam no teatro. As mulheres tinham um medo danado dos homens, apanhar era absolutamente normal e ser casada era ter um dono.

  Mas falando sério, em Immigrant,  a relação entre a mocinha e o cafetão é de uma complexa e belíssima sensibilidade. Nem sempre quem  ama  faz tão bem ao ser amado, afinal quem é bom? Quem sabe a receita certa do bem? Esse foi o gênio do filme. Não há bons e maus. Há pessoas em determinadas situações. Como em Shakespeare, como na vida. Não se sabe quantos seriam capatazes e mocinhos. Se sabe de um mocinho quando o ser humano  é colocado naquela situação de mocinho. O mesmo para o vilão. Tudo bem que podemos ter uma idéia pela personalidade da pessoa, mas aí somos automaticamente  preconceituosos ao pensar assim.
“Arma  é coisa de quem mata.” Mas  a certeza de que é assassino, só quando ele passa pela experiência de matar alguém. Fulano pode matar Ciclano sem ter comprado uma arma,  ou nunca ter visto uma.  Pode fazer com as próprias mãos, ou com o que tiver por perto. Hamlet matou Polônio sem “saber”. Sem planejar vai. Achou que era um rato, não foi isso? Shakespeare é mesmo muito bom né , pessoal?

Mas falando sério de novo, o que me faz escrever hoje é como me impressiona o julgamento das pessoas. Esse filme não julga.  As pessoas julgam tudo e todos o tempo todo, sem se aprofundar.

   Também vi Gone Girl do diretor David Fincher, que mostra bem a sociedade americana julgadora maluca. Papel feminino também muito bom. O filme se passa nos dias de hoje mas a atitude da população num estado com pena de morte, me parecia a mesma dos viventes  da Idade Média que iam assistir felizes a guilhotina, aos enforcamentos, as bruxas pegando fogo...  Queria que os brasileiros fossem um pouco assim com os políticos e corruptores donos de empreiteiras. Linha dura dentro da lei contra corrupção. Estamos caminhando... Favor não confundir linha dura com ditadura. Obrigada.

  Eu particularmente, se fosse investigadora seria daquelas minunciosas, pacientes,  e talvez tivesse dificuldade.  Eu não julgo até ter absoluta certeza! Mesmo com uma confissão. O confesso pode estar enganado do que confessa ou ainda mentindo. O ser humano é muito complexo para  ter  absolutas certezas. Atitudes são mais fáceis de julgar. Roubou o dinheiro da Petrobrás pra montar um Lava a Jato? Cana. Ponto. Já  o espírito é infinito, os sentimentos e as intenções infindáveis,  impossíveis de classificar entre bom e mau. Não somos uma ciência exata. É por isso que o inferno continua super lotando de boas intenções e  más atitudes humanas.


sábado, 8 de novembro de 2014

Dúvidas

Foi na Rede Globo de Televisão, no Projac, Rio de Janeiro.  Tinha ido lá fazer o tal do registro, passo primeiro para o teste, passo esse que leva a um papel lá, fato que esse que se acontece melhora a carreira da titia. Ansiosa ou nervosa,  enquanto eu não gravava, fui tomar um café.  Há ali dentro uma parte para atores e pessoas que esperam alguma coisa.  Aquele era dia de debate político na TV.  Entro na parte onde há café e o atendente logo me pergunta com um super sotaque carioca:
-Crivella ou Pezão?
- Oi?
- Qual dos dois?
- Desculpa, sou de São Paulo.
- Pô, mas tem que ter opinião né?
-É. Mas eu não tenho, não os conheço. Eu só quero um cappuccino.
- Pequeno ou grande?
- Não tem médio?
- Só tem pequeno e grande ( e coloca os copos em cima do balcão para que eu os veja)
- Grande.
- Com ou sem canela?
-Ué. Com canela né.
-Com ou sem nutella?
- Capuccino com nutella?
- Opa! Vai querer?
- Nossa, que delícia... Mas aí não é mais cappuccino. Mas tudo bem, eu quero.
- Nutella argentina ou nacional?
-Cê tá me tirando né?
- Te tou o quê, gata?
-  Me tirando?
- Quer que tire a canela?
- Eu pensei que toda nutella fosse argentina.
( ele coloca no balcão a nutella tradicional e uma outra pasta de chocolate nacional)
-       Quero com nutella.
-        Qual das duas gata?
-       A que está escrito “Nutella”.
-       - Argentina! Ooolha o anti-nacionalismo, tem que valorizar o mercado interno pô! ( ele diz isso pois creio que todo mundo escolha nutella em vez de aquela pasta nacional que eu nem me recordo o nome. Então ele diz:  E a atriz vai de Dilma ou de Aécio?
-       - Você pretende por Dilma ou Aécio no meu café?
-       -Pô gata tá de sacanagem, mesmo né?
-       -De onde eu venho cê é que taria “me tirando”.
-       -Não que se posicionar né? Quer ficar em cima do muro que é melhor, sei qual é...
-       -Vou de Dilma, lógico. E como vce sabe que eu sou atriz? Posso ser dramaturga, cronista, feiticeira.
-       -As atrizes são assim menos assertivas sabe... Ficam no mundo da Lua. No seu caso no mundo do Lula. -O Capuccino é pra tomar aqui ou é pra viagem?
-       -Isso não é mais um cappuccino.
-       -Copo de plástico ou de isopor?
-       -Eu vou tomar aqui! Eu vou tomar aqui!
-       -Calma! É xícara então, ou quer no copo de vidro?
-       -Ai moço eu não sou boa com decisões, o que é melhor pra tomar isso?
   --É que tem a xícara da Nestlé e tem essa do Jô. Mas pra tomar na xícara do Jô fazer selfie e tal eu cobro uma caixinha, sabe como é…
- Eu quero na xícara grátis.
-       -Vai tomar só isso ou vai comer alguma coisa?
-       -Acho que posso comer alguma coisa.
-       -Doce ou salgado?
-       -Eu não sei! Eu não sei!
-       -Gata, tem que ter mais decisão na vida.
-       -Eu sei eu sei! (penso nas decisões da vida e começo a chorar)
-       - Tá nervosa por causa do teste?
-       -O teste ou o registro? ( ainda chorosa)
-       -É a primeira vez?
-       -É. ( parando de chorar)
-       -Então é registro.
-       -Nervosa ou ansiosa? ( tento me vingar)
-       -Já almoçou?
-       -Já.
-       -Tá cedo e quer tomar cappuccino, deve ser ansiedade então.
-       -Chega moço, por favor! Me dê uma direção, um rumo certo!
-       -Calma gata! Quer que eu decida o salgado pra voce?
-       -Eu não disse que queria salgado.
-       -Quer doce?
-       -Eu não sei...
-       -O cappuccino já é doce, leva um pão de queijo, já tá saindo do forno, falta cinco minutos.
-       -Acho que não tenho mais tempo, vou voltar pro estúdio. Que horas são?
-       -Aqui ou na igreja?
-       -Você tá mesmo de sacanagem comigo...  ( constato)

-       -Nada. Tô é te tirando mêrmo. Hehehe.